sábado, 28 de abril de 2012

ISHTAR: Grande Deusa da Antiguidade



O nome de Ishtar (que significa “Estrela”) percorreu culturas e civilizações, e sua representação religiosa é tão vasta que está ligada a diversas realizações na vida do ser humano desde o nascimento até a morte.


Seu nome foi associado à Semírames, sacerdotisa da Assíria, ora como uma irmã gêmea, ora como a própria Shamash. Foi adorada pelos acádios (que a tinham como principal deusa de seu panteão), sumérios (como Inanna), egípcios (Isis), gregos (Afrodite), sírios (Astarte), romanos (Vênus) e nórdicos (Easter). Conhecida como a Deusa-Lua, Ishta era a força criadora e destruidora da vida, representada pelas fases da Lua, crescente e a cheia que favorecem o desenvolvimento e a expansão, a minguante e a negra que enfraquecem e finalizam os ciclos anteriores. Esse caráter duplo, assim como o astro que a representa, é quem dá dimensão a essa figura mitológica. Era descrita como uma jovem, bela e impulsiva, de temperamento contraditório: honesta e trapaceira. A que ateia fogo e a mesma que apaga.

Importante como uma Deusa-Mãe, Deusa da Terra, Deusa do Amor e da Guerra, Ishtar é “Divina Astarte, o poder, a vida, a saúde dos homens e o oposto disso que é o mal, a morte e a destruição”. Conhecida por sua ferocidade nas batalhas e na proteção de seus seguidores. É a Deusa da Fertilidade que doa o poder de reprodução e crescimento aos campos e para todos os animais, inclusive para nós seres humanos. Foi nesta qualidade que se tornou a Deusa do Amor. Mas, era também Deusa do Submundo, pois caminha pelos mundos superior e inferior. Quando presente no mundo superior era cultuada como a Grande Mãe que havia frutificado a terra e cuidava de seus filhos responsável pela libido sexual, pela reprodução e pela vida, provedora de sonhos e presságios, da revelação e compreensão das coisas que estão escondidas. No mundo inferior, destruía todas as suas criações, a infertilidade tomava conta da terra e a vida ficava ameaçada. Em sua ausência, nada podia ser concebido, nenhum ser podia procriar, a natureza inteira mergulhava na inércia e inação, chorando por sua volta.

Ishtar, Deusa da Fertilidade

A “Oração à Deusa Ishtar” enfatiza esse clamor:

Ó deusa dos homens, ó deusa das mulheres,
Tu, cujo desígnios ninguém pode compreender,
Onde olhas com compaixão o morto vive outra vez,
Estrela de 8 Pontas
O doente é curado, o aflito é salvo de sua aflição.
Eu, teu servo, pesaroso, em suspiros
E em angústia, te imploro.
Considera-me, ó minha senhora,
E aceita a minha súplica.
Compadece-te de mim e ouve a minha oração!
Grita para mim "Basta!" e deixa que
O teu espírito seja apaziguado.
Por quanto tempo irá meu corpo, que está cheio
De inquietação e confusão, lamentar?
Guia meus passos na luz, que entre os homens
Eu possa gloriosamente procurar o meu caminho!
Deixa minha oração e minha súplica chegar a ti,
E deixa tua grande compaixão cair sobre mim,
Para que aqueles que para mim olharem,
Possam exaltar o teu nome,
E que eu possa glorificar a tua divindade
E o teu poder diante da humanidade!



Produtora de toda a vegetação, seu símbolo era uma árvore convencional, chamada Asera, que era venerada como se fosse a própria deusa. Também eram usados como símbolos o pentagrama, a estrela de oito pontas, o pombo e as serpentes. A representação de Ishtar e as outras divindades fenícias eram adoradas em santuários, mas o seu culto não carecia de esculturas religiosas, pelo que, muitas vezes, elas faltavam nos templos. A sua sede era uma simples pedra no centro do lugar sagrado. A protecção divina na vida doméstica era invocada em estatuetas de material tosco, inacabadas, ou em amuletos de inspiração egípcia. Mãe de Tamuz. Irmã de Alatu, Ishtar é a deusa dos lados positivo e negativo que tudo regia; patrona das sacerdotisas, guardiã da lei, amor, fertilidade, vingança, guerra, desejo amoroso, casamento, purificação, iniciação, poderes de morte e concepção do mundo. São muitas as suas definições: Rainha da Beleza, Senhora da Paixão e do Desejo, Doadora de Força, Grande Amante, Senhora do Parto, Filha da Lua, Doadora da Justiça e das Leis. Assumia todos os papéis femininos possíveis como mãe, amante, filha e irmã.


Na Babilônia, cada mulher devia ir a um templo de Ishtar e realizar um rito com um estranho, pelo menos uma vez na vida, após realizar este ritual as mulheres que optavam pelo casamento jamais voltariam a repeti-lo novamente por mais que lhes fossem oferecido algum pagamento. Dois de junho era um dos dias sagrados de Ishtar, cujo templo inspirou a bíblica Torre de Babel.

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