sábado, 28 de abril de 2012

Hellraiser: A Configuração do Lamento


Listando as melhores sagas de filmes já produzidas pelo cinema de terror, Hellraiser é uma das primeiras a serem lembradas. Os filmes não cairam nas graças do público do mesmo modo que Sexta-Feira 13, Halloween ou A Hora do Pesadelo, pois apresentam carcterísticas bem diferentes dos grandes sucessos citados. Ao invés de mortes e mais mortes, há tensão e muito suspense; ao invés de apenas rios de sangue nas cenas de violência, temos uma entrada triunfal de Pinhead, líder dos cenobitas, incrementada por palavras de rara intensidade cujo glamour eleva ainda mais a interpretação perfeita do incomparável Doug Bradley. Assim, o mistério, o pavor, o medo do desconhecido, identificam com intensa magnitude todos os filmes lançados.

A Configuração do Lamento

O início de tudo foi o livro The Hellbound Heart, escrito em 1986 por Clive Barker. Ele produziu e dirigiu o primeiro filme que contou com 7 sequências, todos de ótima qualidade, ainda que alguns fãs dividam opiniões. As histórias giram em torno de uma relíquia em forma de cubo, conhecida como a Configuração do Lamento. Segundo a lenda, este cubo é capaz de abrir uma passagem para um reino de prazer sensual inimaginável. Em troca do prazer, o cubo exige a alma do usuário. A seguir temos algumas informações sobre essas 8 obras primas.

Hellraiser - Renascido do Inferno
Título Original: Hellbound, Hellraiser
Ano: 1987
Direção: Clive Barker
Duração: 90 min


Sinopse: Larry (Andrew Robinson) e Julia (Claire Higgins) mudam-se para uma velha casa. Lá, descrobrem uma horrível criatura, que na verdade Frank (Sean Chapman), meio-irmão de Larry e antigo amante de Julia. Frank perdeu seu corpo humano para cenobites, um trio de repulsivos demônios. Uma gota de sangue desperta Frank, que força sua antiga namorada a trazer vítimas para que ele possa novamente reconstituir seu corpo. Este clássico do horror moderno foi produzido e dirigido em 1987 por Clive Baker e ainda impressiona com a força de suas imagens.

Hellraiser 2 - Renascido do Inferno
Título Original: Hellbound, Hellraiser II
Ano: 1988
Direção: Tony Randel
Duração: 98 min


Sinopse: Lançado em 1988, o filme começa de onde o primeiro parou. A jovem Kirsty (Ashley Laurence), afetada pelos fatos ocorridos, encontra-se em um hospital psiquiátrico. Ela se vê novamente em apuros com a misteriosa caixa que serve como portal para a dimensão dos terríveis demônios cenobitas. O dispositivo é utilizado para trazer de volta do inferno sua malvada madrasta Julia (Claire Higgins), que passa a assassinar inocentes.

Hellraiser 3 - Inferno na Terra
Título Original: Hellraiser III, Hell On Earth
Ano: 1992
Direção: Anthony Rickox
Duração: 92 min


Sinopse: Bizarro artefato cai nas mãos de um dono de boate, que acidentalmente libera Pinhead (Doug Bradley), o mestre da dor e do prazer. A criatura das trevas lhe promete todos os prazeres desejados, desde que sacrifique seres humanos num altar.

Hellraiser - Herança Maldita
Título Original: Hellraiser, Bloodline
Ano: 1996
Direção: Alan Smithee
Duração: 84 min


Sinopse: No ano de 2127 na Base Espacial Minos, um cientista, Dr. Paul Merchant (Bruce Ramsay), sequestra uma nave que ele mesmo havia projetado e é surpreendido por uma equipe de segurança no momento em que está invocando o surgimento do demônio Pinhead (Doug Bradley). O cientista é preso e ao ser interrogado, onde conta a história de sua família e a "herança maldita" que é passada por gerações através da missão de impedir o domínio dos cenobitas entre os homens.

Hellraiser Inferno
Título Original: Hellraiser Inferno
Ano: 2000
Direção: Scott Derrickson
Duração: 90 min


Sinopse: Joseph Thorne (Craig Sheffer), é um policial corrupto de Los Angeles, que mergulha num mundo de mistério e morte após se apossar de um cubo enigmático que traz do inferno Pinhead (Doug Bradley), seu mais terrível representante. Agora, Joseph se vê diante de um quebra-cabeça que não consegue resolver, um desafio que ele, não consegue nem superar nem ignorar. Uma criança está desaparecida e uma terrível série de assassinatos o leva a correr contra o tempo para salvar a criança, mas a cada dia se vê mais envolvido em um mundo no qual não compreende as regras - um mundo habitado por criaturas horríveis que se satisfazem com a dor do ser humano. Lutando pela sobrevivência, ele se entrega a uma luta de vida ou morte com o demônio para tentar controlar os poderes do cubo maldito.

Hellraiser - Caçador do Inferno
Título Original: Hellraiser, Hellseeker
Ano: 2003
Direção: Rick Botta
Duração: 89 min


Sinopse: Mais uma vez a criatura mais cruel do inferno está de volta para torturar alguns humanos. Desta vez o escolhido é Trevor (Dean Winters), um cara comum que se envolve com as forças do mal depois de um grave acidente envolvendo sua esposa que está desaparecida. Em meio a fortes dores de cabeça e alucinações horripilantes, Trevor busca o paradeiro de sua esposa e está disposto a pagar qualquer preço por isso. Uma alma perfeita para as garras de Pinhead (Doug Bradley).

Hellraiser - O Retorno dos Mortos
Título Original: Hellraiser, Deader
Ano: 2005
Direção: Rick Botta
Duração: 88 min


Sinopse: O temível Pinhead está de volta numa história arrepiante. Tudo começa depois que a experiente jornalista Amy Klein (Kari Wuhrer) assiste ao vídeo em que Marla (Georgina Rylance) é sacrificada e depois ressuscitada por um rapaz. Curiosa, Amy parte para Bucareste onde está o grupo de fanáticos cujo principal esporte é desafiar a morte. Num apartamento malcheiroso a repórter encontra uma garota enforcada segurando uma enigmática caixinha na mão. É esse precioso objeto que liberta Pinhead (Doug Bradley) e seus assustadores acompanhantes do inferno. Agora, um mundo de sustos e alucinações está aberto.

Hellraiser - O Mundo do Inferno
Título Original: Hellraiser, Hellworld
Ano: 2005
Direção: Rick Botta
Duração: 91 min


Sinopse: Oitava produção da franquia "Hellraiser". Neste filme, a história de um grupo de adolescentes viciados num jogo online chamado Hellworld. A jogatina envolve cenobitas e a famosa caixa que abre os portões do inferno. Mas muitos pensam que se trata apenas de um entretenimento. Dois anos depois do misterioso suicídio de um dos jogadores, os jovens são convidados para uma festa na mansão Leviatã.

Desde 2006, foi anunciado a pretenção de lançar um remake de Hellraiser. Os reais amantes do cinema sabem que essas refilmagens nunca resultam em bons filmes. O Massacre da Serra Elétrica (The Texas Chainsaw Massacre), Sexta-Feira 13 (Friday The 13th), A Hora do Pesadelo (Nightmare On Elm Street) e Halloween (Halloween) foram algumas vítimas; é praticamente um selo de má qualidade. Por isso, é aterrador imaginar uma refilmagem de Hellraiser. Para aumentar as preocupações dos fãs mais ardorosos, comenta-se que o remake seguirá a linha dos filmes "adolescentizados". Pra não restar a menor dúvida foi cogitado para a direção o nome de Patrick Lussier que dirigiu Drácula 2000 (Dracula 2000) e Dia dos Namorados Macabro (My Blood Valentine). Antes disso, a Dimension Films já tinha lançado direto pra DVD um curta de baixo orçamento chamado Hellraiser: Revelations devido a problemas com os direitos autorais da franquia. Quem interpretou o Pinhead nesse curta foi Stephan Smith Collins que viverá o personagem também no remake.

ISHTAR: Grande Deusa da Antiguidade



O nome de Ishtar (que significa “Estrela”) percorreu culturas e civilizações, e sua representação religiosa é tão vasta que está ligada a diversas realizações na vida do ser humano desde o nascimento até a morte.


Seu nome foi associado à Semírames, sacerdotisa da Assíria, ora como uma irmã gêmea, ora como a própria Shamash. Foi adorada pelos acádios (que a tinham como principal deusa de seu panteão), sumérios (como Inanna), egípcios (Isis), gregos (Afrodite), sírios (Astarte), romanos (Vênus) e nórdicos (Easter). Conhecida como a Deusa-Lua, Ishta era a força criadora e destruidora da vida, representada pelas fases da Lua, crescente e a cheia que favorecem o desenvolvimento e a expansão, a minguante e a negra que enfraquecem e finalizam os ciclos anteriores. Esse caráter duplo, assim como o astro que a representa, é quem dá dimensão a essa figura mitológica. Era descrita como uma jovem, bela e impulsiva, de temperamento contraditório: honesta e trapaceira. A que ateia fogo e a mesma que apaga.

Importante como uma Deusa-Mãe, Deusa da Terra, Deusa do Amor e da Guerra, Ishtar é “Divina Astarte, o poder, a vida, a saúde dos homens e o oposto disso que é o mal, a morte e a destruição”. Conhecida por sua ferocidade nas batalhas e na proteção de seus seguidores. É a Deusa da Fertilidade que doa o poder de reprodução e crescimento aos campos e para todos os animais, inclusive para nós seres humanos. Foi nesta qualidade que se tornou a Deusa do Amor. Mas, era também Deusa do Submundo, pois caminha pelos mundos superior e inferior. Quando presente no mundo superior era cultuada como a Grande Mãe que havia frutificado a terra e cuidava de seus filhos responsável pela libido sexual, pela reprodução e pela vida, provedora de sonhos e presságios, da revelação e compreensão das coisas que estão escondidas. No mundo inferior, destruía todas as suas criações, a infertilidade tomava conta da terra e a vida ficava ameaçada. Em sua ausência, nada podia ser concebido, nenhum ser podia procriar, a natureza inteira mergulhava na inércia e inação, chorando por sua volta.

Ishtar, Deusa da Fertilidade

A “Oração à Deusa Ishtar” enfatiza esse clamor:

Ó deusa dos homens, ó deusa das mulheres,
Tu, cujo desígnios ninguém pode compreender,
Onde olhas com compaixão o morto vive outra vez,
Estrela de 8 Pontas
O doente é curado, o aflito é salvo de sua aflição.
Eu, teu servo, pesaroso, em suspiros
E em angústia, te imploro.
Considera-me, ó minha senhora,
E aceita a minha súplica.
Compadece-te de mim e ouve a minha oração!
Grita para mim "Basta!" e deixa que
O teu espírito seja apaziguado.
Por quanto tempo irá meu corpo, que está cheio
De inquietação e confusão, lamentar?
Guia meus passos na luz, que entre os homens
Eu possa gloriosamente procurar o meu caminho!
Deixa minha oração e minha súplica chegar a ti,
E deixa tua grande compaixão cair sobre mim,
Para que aqueles que para mim olharem,
Possam exaltar o teu nome,
E que eu possa glorificar a tua divindade
E o teu poder diante da humanidade!



Produtora de toda a vegetação, seu símbolo era uma árvore convencional, chamada Asera, que era venerada como se fosse a própria deusa. Também eram usados como símbolos o pentagrama, a estrela de oito pontas, o pombo e as serpentes. A representação de Ishtar e as outras divindades fenícias eram adoradas em santuários, mas o seu culto não carecia de esculturas religiosas, pelo que, muitas vezes, elas faltavam nos templos. A sua sede era uma simples pedra no centro do lugar sagrado. A protecção divina na vida doméstica era invocada em estatuetas de material tosco, inacabadas, ou em amuletos de inspiração egípcia. Mãe de Tamuz. Irmã de Alatu, Ishtar é a deusa dos lados positivo e negativo que tudo regia; patrona das sacerdotisas, guardiã da lei, amor, fertilidade, vingança, guerra, desejo amoroso, casamento, purificação, iniciação, poderes de morte e concepção do mundo. São muitas as suas definições: Rainha da Beleza, Senhora da Paixão e do Desejo, Doadora de Força, Grande Amante, Senhora do Parto, Filha da Lua, Doadora da Justiça e das Leis. Assumia todos os papéis femininos possíveis como mãe, amante, filha e irmã.


Na Babilônia, cada mulher devia ir a um templo de Ishtar e realizar um rito com um estranho, pelo menos uma vez na vida, após realizar este ritual as mulheres que optavam pelo casamento jamais voltariam a repeti-lo novamente por mais que lhes fossem oferecido algum pagamento. Dois de junho era um dos dias sagrados de Ishtar, cujo templo inspirou a bíblica Torre de Babel.

Porte de L'Enfer



Como postagem introdutória, teremos um trecho de uma preciosidade simbolista compartilhada conosco pela mente extraordinária de Charles Baudelaire, em Les Fleures Du Mal:


O Arcanjo Deixando a Família de Tobias, de Rembrandt
A tolice, o pecado, o logro, a mesquinhez
Habitam nosso espírito e o corpo viciam,
E adoráveis remorsos sempre nos saciam,
Como o mendigo exibe a sua sordidez.


Fiéis ao pecado, a contrição nos amordaça;
Impomos alto preço à infâmia confessada,
E alegre retornamos à lodosa estrada,
Na ilusão de que o pranto as nódoas nos desfaça.


Na almofada do mal é Satã Trimegisto,
Quem docemente nosso espírito consola,
E o metal puro da vontade então se evola,
Por obra deste sábio que age sem ser visto.



É o Diabo que nos move e até nos manuseia!
Em tudo o que repugna uma jóia encontramos;
Dia após dia, para o inferno caminhamos,
Sem medo algum, dentro da treva que nauseia.



Assim como um voraz devasso beija e suga
O seio murcho que lhe oferta uma vadia,
Furtamos ao acaso uma carícia esguia
Para espremê-la tal laranja que se enruga.


Aos caros visitantes, sejam Bem Vindos ao blog e espero satisfazer a curiosidade da visita, ou ainda, surpreendê-los.